Meu filho dependente químico não cumpre combinado. Até quando posso tolerar?

Meu filho dependente químico não cumpre combinado

Embora o assunto ainda tenha uma conotação velada, cerca de 28 milhões de famílias têm algum parente dependente químico.

Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz revela que cerca de 10% da população já consumiu alguma droga ilícita. Dessa forma, com um número tão elevado, é de esperar um alto índice de dependentes químicos.

As drogas são substâncias extremamente prejudiciais à saúde do corpo humano. Isso porque, além de abster do dependente condições para uma boa qualidade de vida, ela também:

  • Promove a destruição dos neurônios, e, dessa forma, diminui a capacidade humana de pensar e desenvolver raciocínio lógico;

  • Aumenta as chances de problema no coração, a saber, o infarto;

  • Estimula o aparecimento de doenças psiquiátricas;

  • Morte precoce.

No entanto, não só a vida dele, mas também toda a família é afetada. Desse modo, os parentes são submetidos a preocupações em decorrência do dependente químico. Além disso, a família também é submetida a julgamentos de terceiros e vive em constante estado de alerta.

O cenário ainda piora quando se refere às ajudas prestadas ao filho. Isso porque, embora possa haver no dependente químico um desejo de mudança, é muito comum acontecerem recaídas.

Assim, os familiares são fadados a um ciclo vicioso, que só acaba, quando são estabelecidos limites e regras de convívio.

Por que o dependente químico não cumpre com combinados?

Como dito, geralmente, quando são estabelecidos combinados com o seu filho dependente químico, o desejo de mudança é real. Apesar disso, na maioria dos casos ainda ocorrem recaídas e tropeços.

Mas, por que isso acontece? Isso é porque eles mentiram?

Não.

Assim, apesar de em um momento de sobriedade manifestarem uma vontade sólida de manter uma vida saudável, o vício é traiçoeiro. Portanto, após esse período, podem tentar voltar a uma vida de dependência.

Desse modo, é importante que sejam, desde o início, estabelecidos limites, regras e, principalmente, consequências para os seus atos. Então, apesar de saber a tendência natural desse ciclo, tanto o dependente quanto a família devem estar unidos nesse propósito.

Além disso, mesmo que as substâncias químicas tenham grande força sobre as atitudes do dependente, ele é quem está no controle. Por isso, o caminho é difícil, mas, com a ajuda adequada e força de vontade, é possível sair desse mal.

E quando o dependente químico não cumpre o acordo feito?

Haja vista as altas chances de reincidência nos vícios, o que deve ser feito em casos de retorno? Ou seja, quais atitudes devem ser tomadas caso o seu filho dependente químico não cumpra com o combinado estabelecido?

É importante que, nesses casos, sejam sempre impostas consequências. Isso porque, do mesmo modo que quaisquer outros atos, os dele – bons ou ruins – também devem ter reações.

Desse modo, não adianta, em um momento de explosão, determinar consequências que não serão cumpridas.

Isso, pelo contrário, somente estimula o sentimento de recusa a obedecer às regras da família. Uma vez que houve a promessa de expulsão de casa e essa não ocorre, é comum entrar em um ‘looping’.

Com isso em vista, os pais devem criar limites nesse convívio. E, em casos de descumprimento dos mesmos, as consequências previstas devem ser praticadas.

Apesar do sofrimento que essa “punição” possa causar na família, é importante que, para a melhora efetiva, essas ações sejam tomadas.

Como ajudar o meu filho dependente químico?

Pessoas com problemas relacionados à dependência de substâncias químicas têm muita dificuldade em conseguir sair desse cenário sozinhos.

Isso porque, por instinto e estímulos que o cérebro manda ao corpo, são tencionados a utilizarem essas substâncias. Sob essa ótica, é essencial a ajuda dos pais e familiares.

Porém, como estão em uma situação delicada, é importante que a ajuda seja guiada e feita da melhor forma possível. Assim, desse modo, as chances de sucesso para se desprender desse vício se tornam muito maiores.

Algumas atitudes devem ser tomadas para preservar não só a qualidade de vida do filho, mas também dos pais, como:

Mostre que há vida além do vício:

A mentalidade do dependente químico é guiada sob a premissa de que é impossível viver sem determinada substância. Com isso vista, é muito importante que os familiares mostrem a vida além dela.

Por isso, passeios ao parque acompanhado, atividades que estimulem o foco em outras áreas, como aulas e recreação em geral, podem ser uma ótima alternativa.

Ficar trancado todos os dias em casa apenas aumentará as vontades de voltar àquela realidade. Portanto, encontrar meios que dissipem esse desejo é essencial. Atividades que distraiam a mente são perfeitas para esses casos.

Não o trate com acusações:

Ao se depararem com essa nova realidade, os pais têm motivação para tratar os filhos com acusações.

Porém, isso de nada adianta, haja vista que os filhos apenas se sentirão ainda mais acuados. Vale ressaltar ainda que essa situação somente o leva para mais perto das drogas e longe da família.

Manter, portanto, uma linguagem calma e empática é indispensável. Desse modo, mesmo bravos, é importante sempre ter um diálogo civilizado e que leve em conta as situações que o levaram a essa situação.

Estabeleça limites no convívio:

Uma das atitudes mais importantes nessa relação de ajuda é estabelecer os limites que a família tolerará.

Uma vez que dependentes químicos tendem a obedecer os impulsos que o seu sistema nervoso manda, os pais devem incluir regras na rotina.

Com isso feito, é possível saber os momentos em que deve-se buscar ajuda externa de instituições e outras entidades, como a polícia, por exemplo.

Ou ainda, os pais também conseguem delimitar até quando conseguirão ter o filho dentro de casa para cuidados próprios.

É importante buscar ajuda médica?

É muito importante salientar ainda que para ajudar nos cuidados com dependentes químicos, médicos são peças fundamentais nesse cenário.

Além deles, psicólogos e outros profissionais da saúde podem desenvolver técnicas de autocontrole essenciais para pessoas nessas condições.

Para manter uma boa relação e ter grandes chances de melhora, esses profissionais desempenham importante função.

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