Estar com o pensamento negativo e sem expectativas é comum para quem já se acostumou com a rotina do uso contínuo de drogas, porém como continuar superando o pensamento negativo na recuperação? É uma pergunta fácil a princípio mas ao mesmo tempo as respostas se tornam cada vez mais difíceis.
Estar em uso acarreta vários problemas: uma dificuldade enorme de pensar, um raciocínio ilógico, a racionalização de problemas como justificativa de uso, o desequilíbrio químico cerebral e além do mais podem surgir outras comorbidades em detrimento do uso continuado de substâncias. Porém nem sempre o dependente químico consegue perceber que está com problemas sérios e que não está buscando a solução adequada.
Recorrer à ajuda é o primeiro passo para começar a se tratar. Entender que “sozinho não dá” é uma das maneiras mais eficazes para a conscientização do tratamento. Junto a isso a necessidade de apoio também se faz necessária. A família e os amigos têm um papel fundamental para que sejam estabelecidas novas perspectivas de vida e de recuperação.
Todavia, mesmo aberto à mudanças e com fortes desejos para adentrar no mundo da recuperação, será que o cérebro do dependente químico realmente quer realizar tal tarefa? Será que os procedimentos químicos presentes nas estruturas cerebrais serão coniventes com os processos voluntários de mudança? É aí que começa o primeiro empecilho no tratamento, um dos processos que incentivam a recaída e a recaída comportamental, está totalmente ligado à negatividade dos pensamentos do adicto.
Zona de Conforto e Mudanças
Mesmo quando estamos estabilizados no emprego e com uma reserva financeira estável, podemos até não termos uma preocupação. Entretanto quando vamos dar um passo importante, como a compra de uma casa por exemplo, um sinal de desconforto aparece e nosso cérebro liga o modo de atenção.
Como o Dr. Drauzio Varella sempre cita em seus vídeos, o nosso cérebro, foi moldado em um ambiente de miséria e com falta de recursos. Então, quando nossos antepassados estavam em um ambiente confortável, abastado de comida e propício para a criação das futuras gerações, o cérebro avisa que aquela zona é a zona de conforto. E que ali eles poderiam ficar despreocupados.
Porém, sair para buscar novas oportunidades era sinal de perigo, já que não se sabia os perigos que estariam por vir, e o cérebro de nossos ancestrais ativava o modo de alerta novamente. Exatamente como no exemplo do princípio da casa, o cérebro age da mesma maneira. Mesmo com milênios à frente do homem das cavernas, o cérebro ainda têm, em sua essência, o modo primitivo de sobrevivência.
Guarda o que é bom e esquece o que é ruim
Estamos programados para guardar o que é bom e esquecer o que é ruim e seguir em frente. Mesmo em situações delicadas onde há luto, extrema pobreza ou confrontos com situações delicadas, o nosso cérebro faz com que tenhamos força para superar os desafios. Mudar de estilo de vida faz com que, mesmo com o sinal de alerta ligado, tenhamos forças para conseguir tal feito.
Mas e tudo isso na dependência química, como pode alguém começar a perder o foco de seus objetivos ou até mesmo a vida em prol da substância? E como o cérebro dessa pessoa passa a não avisá-la? E o sinal de alerta que foi moldado em época de miséria?
Tudo isso está relacionado com o sistema de recompensa do cérebro, em que, mesmo sabendo os malefícios da substância ao longo prazo, a sensação de prazer abastada pelo uso da mesma permanece. Entretanto, como a pessoa já está escrava do vício, ela sede vontade de uso esquecendo os prejuízos futuros. Mas o que tudo isso tem haver em um dependente continuar superando o pensamento negativo na recuperação?
Zona de Conforto da adicção
Imagina que você é uma criança e que ama doces. E que estes, são seu ponto fraco. Seus pais, podem dar doces para você a hora que você quiser sem contestação. Então, no começo você faz suas refeições e pede um doce de sobremesa. Depois ao longo dos trabalhos, você come outro doce, e mais outro e mais outro.
Com o passar do tempo, você sequer lembra qual foi a última refeição que fez com comida de verdade, mal sequer lembra de ter saído para brincar com os amigos sem algum doce, e está com problemas sérios porque engordou muito. Mas o maior problema é que você obeso e com problemas de saúde, ainda ama doces. Mas dessa vez, vai ter que parar de comer até se recuperar.
Na dependência química acontece o mesmo. Mesmo sabendo que os prejuízos físicos são monstruosos ao longo prazo, a droga não deixa o indivíduo perceber que está em maus lençóis. E sair da zona de conforto para adentrar na recuperação, mesmo que parta por vontade própria do dependente, é um momento difícil e que sai da zona de conforto da adicção.
Medo da Recuperação
Com a mente aberta e já dentro de uma instituição, feliz com o processo de internação, o usuário agora como paciente, começa o período de desintoxicação. E é justamente essa fase inicial de tratamento em que o cérebro não possui a substância, demonstra em sinais físicos no paciente adicto a necessidade da substância, o termo técnico para isso é a abstinência. E justamente aí que entra a negatividade do pensamento. E como fazer para ir superando o pensamento negativo na recuperação?
Como já estamos acostumados com esse processo de recuperação e ajudamos milhares de dependentes e centenas de famílias, as Clínicas de Recuperação em São Paulo, separaram algumas dicas para pessoas que querem se dar bem dentro de uma clínica de recuperação.
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Sozinho eu Não Consigo
Essa expressão não existe à toda, toda vez que a “deprê” bater, mesmo no início da recuperação, procure um dos nossos monitores ou psicólogos para expor seus pensamentos que iremos lhe ajudar -
Eu NÃO quero ir Embora
“Quero ir Embora” – Ouvimos isso diariamente de pessoas que estão em processo de desintoxicação. Muitos que realmente saem do tratamento, retornam com reincidência de processos de recaída, o que os leva à estaca zero novamente. Novamente, quando passar por sua cabeça isso, fale com nossos profissionais. -
Pensando Negativamente
“Não é pra mim esse lugar, não vai dar certo!” É exatamente o cérebro viciado utilizando a zona de conforto da adicção. Então para que o paciente vá superando o pensamento negativo na recuperação, volta o princípio do sozinho não consigo e vamos trabalhar essa série de pensamentos.